Vamos lá.
Para mostrar para você como podemos começar, vou postar aqui uma dúvida de um aluno respondida por mim no site http://www.olaamigos.com.br/ (Não deixe de conhecer!) no último dia 22 de junho. Escolhi esta questão por ser bem capciosa, apesar de ser de nível médio. Lá vai...
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Fracasso
e sucesso
“Se
és homem, ergue os olhos para admirar os que empreenderam coisas grandiosas,
ainda que hajam fracassado”. (Sêneca)
“O
segredo para o sucesso é fazer as coisas comuns incomumente bem”. (John D.
Rockefeller Jr.)
É preciso
discernimento para reconhecer o fracasso, coragem para assumi-lo e divulgá-lo e
sabedoria para aprender com ele.
O fracasso está
presente em nossa vida, em seus mais variados aspectos. Na discussão fortuita
dos namorados e na separação dos casais, na falta de fé e na guerra santa, na
desclassificação e no lugar mais baixo do pódium, no infortúnio de um negócio
malfeito e nas consequências de uma decisão inadequada.
Reconhecer o
fracasso é uma questão de proporção e perspectiva. Gosto muito de uma
recomendação da Young President Organization segundo
a qual devemos aprender a distinguir o que é um contratempo, um revés e uma
tragédia. A maioria das coisas ruins da vida são contratempos. Reveses são mais
sérios, mas podem ser corrigidos. Tragédias, sim, são diferentes. Quando você
passar por uma tragédia, verá a diferença.
A história e a
literatura são unânimes em afirmar que cada fracasso ensina ao homem algo que
necessita aprender; que fazer e errar é experiência enquanto não fazer é
fracasso; que devemos nos preocupar com as chances perdidas quando nem mesmo
tentamos; que o fracasso fortifica os fortes.
Pesquisa da
Harvard Business Review aponta que um empreendedor quebra em média 2,8 vezes
antes de ter sucesso empresarial. Por isso, costuma-se dizer que o fracasso é o
primeiro passo no caminho do sucesso ou, citando Henry Ford, o fracasso é a
oportunidade de se começar de novo inteligentemente. Daí decorre que deve ser
objetivo de todo empreendedor errar menos, cair menos vezes, mais devagar e não
definitivamente.
Assim como amor e
ódio são vizinhos de um mesmo quintal, o fracasso e o sucesso são igualmente
separados por uma linha tênue. Mas o sucesso é vaidoso, tem muitos pais, motivo
pelo qual costuma os-tentar-se publicamente. Nasce em função do fracasso e não
raro sobrevive às custas dele - do demérito de outrem. Por outra via, deve-se
lembrar que o sucesso faz o fracasso de muitos homens...
Já o fracasso é
órfão e tal como o exercício do poder, solitário. Disse La Fontaine: “Para
salvar seu crédito, esconde sua ruína”. E assim caminha o insucesso, por meio
de subterfúgios. Poucos percebem que a liberdade de fracassar é vital se você
quer ser bem sucedido. Os empreendedores mais bem-sucedidos fracassaram
repetidamente, e uma medida de sua força é o fato de o fracasso impulsioná-los
a alguma nova tentativa de sucesso. É claro que cada qual é responsável por seu
próprio naufrágio. Mas quando o navio está a pique cabe ao capitão (imagine
aqui a figura do empreendedor) e não ao marujo tomar as rédeas da situação. E,
às vezes, a única alternativa possível é abandonar, e logo, o barco, declinando
da possibilidade de salvar pertences para salvar a tripulação. Nestes casos, a
falência purifica, tal como deitar o rei ante o xeque-mate que se avizinha.
O sucesso, pois,
decorre da perseverança (acreditar e lutar), da persistência (não confundir com
teimosia), da obstinação (só os paranoicos sobrevivem). Decorre de não sucumbir
à tentação de agradar a todos (gregos, troianos e etruscos). Decorre do
exercício da paciência, mais do que da administração do tempo. Decorre de se
fazer o que se gosta (talvez seja preferível fracassar fazendo o que se ama a
atingir o sucesso em algo que se odeia). Decorre de fabricar o que vende, e não
vender o que se fabrica (qualquer idiota é capaz de pintar um quadro, mas só um
gênio é capaz de vendê-lo). Decorre da irreverência de se preparar para o
fracasso, sendo surpreendido pelo sucesso. Decorre da humildade de aceitar os
pequenos detalhes como mais relevantes do que os grandes planos. Decorre da
sabedoria de se manter a cabeça erguida, a espinha ereta, e a boca fechada.
Finalizo
parafraseando Jean Cocteau: Mantenha-se forte diante do fracasso e livre diante
do sucesso.
COELHO, Tom.
Disponível
em: http://www.portalcmc.com.br/aut_artmot03.htm.
Acesso em: 26
jan 2010.
(Cesgranrio 2010 - Petrobrás- Nível Médio - Vários Cargos -
G.1)
A
oração que difere das demais, quanto à classificação, é (As frases estão
sublinhadas no texto na mesma ordem em que aparecem abaixo.)
(A) “...que
cada fracasso ensina ao homem algo...”
(B) “que o
fracasso fortifica os fortes.”
(C) “...que
um empreendedor quebra em média 2,8 vezes antes de ter sucesso empresarial.”
(D) “...que o
fracasso é o primeiro passo no caminho do sucesso...”
(E) “...que a
liberdade de fracassar é vital...”
ATENÇÃO!
É importante que você tente resolvê-la sozinh@ e só depois acompanhar a resolução baixo.
...
Vamos então à resposta da nossa questão:
Para resolvê-la, precisamos ir ao contexto, pois, para classificarmos uma oração, precisamos verificar sua relação com a outra. Neste caso temos:
"Costuma-se dizer que o fracasso é o primeiro passo no caminho do sucesso...” LETRA D (GABARITO!)
Veja que na oração principal (em negrito), temos uma locução verbal com o se, que é partícula apassivadora!
Logo, a oração sublinhada é SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA, isto é, faz o papel de SUJEITO (PASSIVO) DA PRINCIPAL.
E as outras quatro?
São SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS OBJETIVAS DIRETAS. São os Objetos Diretos dos verbos de suas principais.
E aí? Acertou? Espero que sim, porque estamos só nos aquecendo.
Muito sucesso!
Daniel Araújo.