domingo, 9 de dezembro de 2012

Dicas de Português nº 01

Olá, pessoal.

Estes slides que vou começar a publicar aqui já venho publicando no Facebook há algum tempo.

São sobre erros crassos, porém muito recorrentes entre os internautas de todos os níveis de escolaridade.

Portanto, julguei ser um trabalho oportuno apresentar dicas rápidas (e, portanto, sem pormenores) que são mais fáceis de aprender, concordam?

Segue o 1º.


Abraços.

Daniel.

Meu Curso de Português com foco na FCC!

Olá, pessoal.

Segue o link para o meu Curso de Português FCC (Fundação Carlos Chagas).

Este curso é dirigido àqueles/as que estão se preparando para fazer concursos públicos organizados pela banca.

Porém, obviamente, como estamos falando da mesma língua (nossa Língua Portuguesa), este material servirá para qualquer um/a que estiver interessado/a em tirar suas dúvidas e aperfeiçoar-se na norma culta do idioma.

Neste link, vocês encontrarão a (lisonjeira) apresentação feita pelo Prof. Sérgio Carvalho (olaamigos.com.br, pontodosconcursos.com.br, LFG, entre outros) e a Aula 00, que se trata de uma "amostra grátis" de 88 págs., com teoria e resoluções de várias questões da banca.

Espero que seja de grande proveito.

Abraços.

Daniel.

http://www2.olaamigos.com.br/artigos/artigo/id/2329

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Questão abaixo: dissecada.


Olá, amig@! Como vai?

Vamos ver nossa questão?

Na norma culta padrão, a conjunção posto (que) / suposto (que) pertence ao grupo das concessivas, que inserem uma ideia contrária a outra, mas que não a anula.

São exemplos: embora, ainda que, mesmo que, se bem que, apesar de (que), por... que, sem que (= embora não), que.

O grande poeta Vinícius de Morais, em seu Soneto de Fidelidade, usou posto que com valor causal, que é considerado um emprego informal da conjunção! Logo, o gabarito é a LETRA C.

Mesmo que você não tivesse essa informação, dava para resolver a questão usando uma "artimanha". Vamos ver?

a)    "Hão de ter notado a facilidade com que meneio algarismos, posto não seja este o meu ofício (...)" A Semana - Machado de Assis
Veja que a relação entre as ideias é de concessão: embora não seja esse seu ofício, ele meneia os números com facilidade.

b)   "O próprio edifício, posto que avelhantado e fraco, também parecia animado de espírito guerreiro." Alexandre Herculano
Igual a letra A: embora o edifício estivesse avelhantado e fraco, parecia animado de espírito guerreiro.

c)    "Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure". Soneto de Fidelidade - Vinícius de Morais
Aqui você já percebe uma relação diferente: a causal. Não é imortal porque é chama. E daqui mesmo você já iria para a próxima questão. GABARITO.
d)    "Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo." Memórias Póstumas de Brás de Cubas - Machado de Assis
Idem A e B.

e)    "Tão delicados (mais que um arbusto) e correm / e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos / de alguma coisa. Certamente falta-lhes / não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres / e graves, por vezes.
Ah, espantosamente graves, / até sinistros." Um boi vê os homens - Carlos Drummond de Andrade
Idem A e B.

É isso aí.

Até amanhã.

Daniel Araújo
daniel.araujo@olaamigos.com.br

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Português - Nossa nova série de "posts" - Banca: LaQueDA


Olá, amig@! Como vai?

Vamos iniciar uma série de resolução de questões da banca LaQueDA*Laboratório de Questões do Daniel Araújo  (eheh... Eu sei: a sigla é ridícula! eheh).

Nesses posts, vou colocar minhas próprias questões de Português e Espanhol para você resolver e volto em até 48 horas com o "gaba", OK?

A nossa primeira questão é de Português.

Marque abaixo a opção que apresenta um uso informal da conjunção posto /  posto que / suposto / suposto que (todas sinônimas).

a)    "Hão de ter notado a facilidade com que meneio algarismos, posto não seja este o meu ofício (...)" A Semana - Machado de Assis

b)   "O próprio edifício, posto que avelhantado e fraco, também parecia animado de espírito guerreiro." Alexandre Herculano

c)    "Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure". Soneto de Fidelidade - Vinícius de Morais

d)    "Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo." Memórias Póstumas de Brás de Cubas - Machado de Assis

e)    "Tão delicados (mais que um arbusto) e correm / e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos / de alguma coisa. Certamente falta-lhes / não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres / e graves, por vezes.
Ah, espantosamente graves, / até sinistros." Um boi vê os homens - Carlos Drummond de Andrade

É isso aí.

Daniel Araújo
daniel.araujo@olaamigos.com.br

P.S.: Essa questão foi inspirada no artigo "Um boi vê os homens" de Pasquale Cipro Neto, publicado na  Folha de S. Paulo, São Paulo, 16 nov. 2006. Cotidiano, [s.p.]; o qual foi reproduzido na obra:

CIPRO NETO, Pasquale &  INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3.ed. São Paulo: Ed. Scipione, 2010.

*O nome se deve a que, há exatamente sete dias, sofri um baita acidente de moto (culpa do outro motoqueiro) e "ganhei" uma fratura oblíqua na região distal do úmero direito -- estou lhe escrevendo com uma caixa de Ibuprofeno ao lado (eheh).

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

"Atendimento à domicílio" - Ui! Essa doeu!!!

Olá, você!

Hoje recebi um certo panfleto na minha caixa de correio que continha, no final, em letras garrafais: ATENDIMENTO À DOMICÍLIO. Santa Gramática! Passei mal: corri direto para o banheiro...

Primeiro, sabemos que não ocorre crase antes de palavras masculinas: "domicílio" é masculino! É fácil de entender...

A crase é a união da preposição "a" com o artigo feminino "a". Você, por acaso, diz "Entrega em minha domicílio."? Estou certo de que não! Pois, pronto; sem artigo feminino, sem crase! Para lembrar-se disso, você pode associar que você faz uma uma compra à vista ou a prazo.

Segundo, quem atende alguém, atende esse alguém em algum lugar. A preposição, então, é "em" (que indica local), não "a" (que indica movimento e destino).

Resumindo: ATENDIMENTO EM DOMICÍLIO.

Será que esta empresa é tão boa quanto o redator do panfleto!? Vixe Maria!

Abração.

Daniel.


domingo, 5 de agosto de 2012

Dúvida de Português: essa pegou muit@s!...

Olá, Pessoal. Tudo bem?

Vamos lá.

Para mostrar para você como podemos começar, vou postar aqui uma dúvida de um aluno respondida por mim no site http://www.olaamigos.com.br/ (Não deixe de conhecer!) no último dia 22 de junho. Escolhi esta questão por ser bem capciosa, apesar de ser de nível médio. Lá vai...


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Fracasso e sucesso
“Se és homem, ergue os olhos para admirar os que empreenderam coisas grandiosas, ainda que hajam fracassado”. (Sêneca)
“O segredo para o sucesso é fazer as coisas comuns incomumente bem”. (John D. Rockefeller Jr.)
            É preciso discernimento para reconhecer o fracasso, coragem para assumi-lo e divulgá-lo e sabedoria para aprender com ele.
            O fracasso está presente em nossa vida, em seus mais variados aspectos. Na discussão fortuita dos namorados e na separação dos casais, na falta de fé e na guerra santa, na desclassificação e no lugar mais baixo do pódium, no infortúnio de um negócio malfeito e nas consequências de uma decisão inadequada.
            Reconhecer o fracasso é uma questão de proporção e perspectiva. Gosto muito de uma recomendação da Young President Organization           segundo a qual devemos aprender a distinguir o que é um contratempo, um revés e uma tragédia. A maioria das coisas ruins da vida são contratempos. Reveses são mais sérios, mas podem ser corrigidos. Tragédias, sim, são diferentes. Quando você passar por uma tragédia, verá a diferença.
            A história e a literatura são unânimes em afirmar que cada fracasso ensina ao homem algo que necessita aprender; que fazer e errar é experiência enquanto não fazer é fracasso; que devemos nos preocupar com as chances perdidas quando nem mesmo tentamos; que o fracasso fortifica os fortes.
            Pesquisa da Harvard Business Review aponta que um empreendedor quebra em média 2,8 vezes antes de ter sucesso empresarial. Por isso, costuma-se dizer que o fracasso é o primeiro passo no caminho do sucesso ou, citando Henry Ford, o fracasso é a oportunidade de se começar de novo inteligentemente. Daí decorre que deve ser objetivo de todo empreendedor errar menos, cair menos vezes, mais devagar e não definitivamente.
            Assim como amor e ódio são vizinhos de um mesmo quintal, o fracasso e o sucesso são igualmente separados por uma linha tênue. Mas o sucesso é vaidoso, tem muitos pais, motivo pelo qual costuma os-tentar-se publicamente. Nasce em função do fracasso e não raro sobrevive às custas dele - do demérito de outrem. Por outra via, deve-se lembrar que o sucesso faz o fracasso de muitos homens...
            Já o fracasso é órfão e tal como o exercício do poder, solitário. Disse La Fontaine: “Para salvar seu crédito, esconde sua ruína”. E assim caminha o insucesso, por meio de subterfúgios. Poucos percebem que a liberdade de fracassar é vital se você quer ser bem sucedido. Os empreendedores mais bem-sucedidos fracassaram repetidamente, e uma medida de sua força é o fato de o fracasso impulsioná-los a alguma nova tentativa de sucesso. É claro que cada qual é responsável por seu próprio naufrágio. Mas quando o navio está a pique cabe ao capitão (imagine aqui a figura do empreendedor) e não ao marujo tomar as rédeas da situação. E, às vezes, a única alternativa possível é abandonar, e logo, o barco, declinando da possibilidade de salvar pertences para salvar a tripulação. Nestes casos, a falência purifica, tal como deitar o rei ante o xeque-mate que se avizinha.
            O sucesso, pois, decorre da perseverança (acreditar e lutar), da persistência (não confundir com teimosia), da obstinação (só os paranoicos sobrevivem). Decorre de não sucumbir à tentação de agradar a todos (gregos, troianos e etruscos). Decorre do exercício da paciência, mais do que da administração do tempo. Decorre de se fazer o que se gosta (talvez seja preferível fracassar fazendo o que se ama a atingir o sucesso em algo que se odeia). Decorre de fabricar o que vende, e não vender o que se fabrica (qualquer idiota é capaz de pintar um quadro, mas só um gênio é capaz de vendê-lo). Decorre da irreverência de se preparar para o fracasso, sendo surpreendido pelo sucesso. Decorre da humildade de aceitar os pequenos detalhes como mais relevantes do que os grandes planos. Decorre da sabedoria de se manter a cabeça erguida, a espinha ereta, e a boca fechada.
            Finalizo parafraseando Jean Cocteau: Mantenha-se forte diante do fracasso e livre diante do sucesso.
COELHO, Tom.
Disponível em: http://www.portalcmc.com.br/aut_artmot03.htm.
Acesso em: 26 jan 2010.

(Cesgranrio 2010 - Petrobrás- Nível Médio - Vários Cargos - G.1)

A oração que difere das demais, quanto à classificação, é (As frases estão sublinhadas no texto na mesma ordem em que aparecem abaixo.)

(A) “...que cada fracasso ensina ao homem algo...”

(B) “que o fracasso fortifica os fortes.”

(C) “...que um empreendedor quebra em média 2,8 vezes antes de ter sucesso empresarial.”

(D) “...que o fracasso é o primeiro passo no caminho do sucesso...”

(E) “...que a liberdade de fracassar é vital...” 

ATENÇÃO! 

É importante que você tente resolvê-la sozinh@ e só depois acompanhar a resolução baixo.

...


Vamos então à resposta da nossa questão:

Para resolvê-la, precisamos ir ao contexto, pois, para classificarmos uma oração, precisamos verificar sua relação com a outra. Neste caso temos:



"Costuma-se dizer que o fracasso é o primeiro passo no caminho do sucesso...” LETRA D (GABARITO!)



Veja que na oração principal (em negrito), temos uma locução verbal com o se, que é partícula apassivadora!



Logo, a oração sublinhada é SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA, isto é, faz o papel de SUJEITO (PASSIVO) DA PRINCIPAL.



E as outras quatro?



São SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS OBJETIVAS DIRETAS. São os Objetos Diretos dos verbos de suas principais.

E aí? Acertou? Espero que sim, porque estamos só nos aquecendo.

Muito sucesso!

Daniel Araújo.





sábado, 4 de agosto de 2012

Olá, pessoal! Tudo bem?

Aqui vem a novidade de que falei antes: inauguro, agora, o Tira-Dúvidas de Português, Inglês e Espanhol.

Assim, se você tiver qualquer dúvida, de qualquer nível, em qualquer uma dessas línguas, ENVIE-MA!

No nível acadêmico, vamos discutir qualquer tópico de Fonética e Fonologia, Morfossintaxe, Semântica e Teoria da Tradução!

Espero que esta iniciativa seja de grande valia para você, combinado?

Até logo, então.

Daniel.

domingo, 13 de maio de 2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

Ser alun@ ou estudante? That's the question.

Temos, em nossa língua, mais de uma palavra corrente para designar aquele/a que participa de um curso: aluno/a e estudante. Temos também as menos usais -- e mais formais -- discípulo/a, pupilo/a... E ainda tenho dúvida da existência de outras (estou com preguiça de ir ao dicionário agora...).

O que quero discutir aqui é um wordplay que costumo fazer com aquelas duas primeiras palavras. Mas quero salientar que, obviamente, o que vou expor não se aplica, de fato, ao uso atual das palavras, OK?

Aluno/a vem do latim alumnus, que significa "sem luz". 

A "luz", aqui, representa o conhecimento. 

Assim, o alumnus era aquele/a que seguia (discípulo, do latim discipulus, significava "seguidor") @ mestre/professor/a, "dono/a da luz-conhecimento" em "busca desta luz".

Daí se infere o teor passivo que a palavra aluno/a, ETIMOLOGICAMENTE, possui.

Por isso, digo a você: "Seja um/a ESTUDANTE; não um/a mer@ ALUN@!"

O estudante (aqui, no meu wordplay) é aquele/a que busca o conhecimento. Ele/a é autônom@, don@ do próprio saber. Tem sua "luz própria". 

Mesmo que comece com uma velinha ou um "candeeiro", este conhecimento vai crescer e se tornar, quem sabe, um holofote de estádio de futebol. Ou mais: uma estrela de primeira grandeza. É isso que significa a frase de Einstein que coloquei no título deste blog.

Eu pego muito no pé de meus/minhas alun@s. "Vocês têm que trabalhar (estudar)". Olha que interessante: em inglês usamos mais a palavra work (trabalho, trabalhar) para nos referirmos ao estudo do que em português!

O que estou enfatizando agora, car@s estudantes, é que ESTUDO = TRABALHO!

Sacaram? Só isso, grosso modo. 

(Você sabia que esta expressão em itálico é do latim; deveria ser pronunciada /grósso módo/, com os oo abertos; e que não pode ser precedida de preposição - "a grosso modo", como às vezes fazem alguns?).

Bem, voltando ao ALUN@ x ESTUDANTE, qual é a tradução desta palavra em inglês? STUDENT. Também temos pupil, que, assim como em português, está caindo no desuso. Temos também disciple, mas esta tem um forte cunho religioso ou político -- como o "seguidor/a" mesmo.

Beleza! Mas você provavelmente já viu ALUMNUS, cujo plural é ALUMNI. Olha só o que diz o Oxford Advanced sobre esta palavra: (formal, especially NAmE) a former male student of a school, college or university. Para os que precisam de tradução: (formal, esp. nos EUA) um ex-aluno (do sexo masculino) de uma escola, faculdade ou universidade.

Deu pra ver que não tem nada a ver com ALUN@, em português, né? Daí concluímos que a tradução de aluno/a ou estudante para o inglês deve ser feita pela palavra student, e somente esta!

Você está acompanhando o raciocínio? Pois então, vou parar por aqui e volto com este assunto em outra ocasião.

See you.

Daniel Araújo
Specialist in ELT (English Language Teaching)
Portuguese, Spanish and English Teacher

terça-feira, 3 de abril de 2012

Desabafando... (Letting off some steam...)

Agora a culpa por os alunos da URCA não saberem inglês é do Governo!?

Então, o que temos no curso de Letras são ESTUDANTES ávidos pelo conhecimento, mas que não têm oportunidades!? Coitadinhos!!!

Lindo movimento - até apoio, mas quero ver os ALUNOS dessa Instituição tornarem-se ESTUDANTES de inglês!!!

Chega de procurar em quem jogar a culpa; está mais que na hora de assumir RESPONSABILIDADES, meus colegas!

Pronto! Falei.

Daniel.

segunda-feira, 5 de março de 2012

What's the Right Method?

Hello, guys!

Aqui estou de novo para postar mais alguma coisa que, espero, seja útil para vocês.

Analisando a minha última postagem e a recente proliferação de "cursos de inglês" na região, não pude conter a vontade de publicar minha opinião sobre estes.

Antes de tudo, quero deixar bem clara minha posição sobre o aprendizado de idiomas (acredito que dominar 3 línguas estrangeiras sem concluir nenhum curso me habilita para isso):

NÃO HÁ UM "JEITO CERTO" DE SE APRENDER UMA LÍNGUA.

Pelo menos não como estão divulgando - um método, metodologia ou abordagem (é... vêm usando estas palavras como sinônimas, mas elas não são). Acho que isso ficou claro na minha última publicação, não é?

Cada pessoa tem um estilo de aprendizado e, mesmo que faça um curso de inglês, junta com outras pessoas, não tem como saber se vai aprender ou não.

Para aprender um idioma, cada um tem de trilhar seu próprio caminho. Mas, claro, um curso e um(a) professor(a) ajudam muito, se este(a) souber qual é seu PAPEL no processo de aprendizagem de seus alunos.

Pessoal, qualquer comercial que diga algo diferente disso é puro marketing, é aproveitar-se da carência de bons professores e cursos e da falta de conhecimento das pessoas sobre o ramo para auferir lucros! Como quase tudo neste mundo capitalista, "viva o lucro e danem-se a qualidade e a eficácia."

Nos últimos anos (década de 60 e, mais intensamente, 70), a chamada Communicative Approach, ou Abordagem Comunicativa - que não é um método nem metodologia, vinha ganhando muito espaço entre os professores e pesquisadores e nas escolas de idiomas, principalmente com os estudos de Stephen Krashen, na década de 80. A Natural Approach de Krashen vem, desde então, sofrendo várias críticas e muitos de seus postulados já caíram por terra.

E então, professor? O que é que está valendo hoje em dia?

Agora eu preciso usar o argumento da autoridade, um dos maiores pesquisadores nesta área: Douglas Brown. Segundo ele, "Your approach to language-teaching methodology is a theoretically well-informed global understanding of the process of learning and teaching." (BROWN, 2007, p.43) e acrescenta: "It should be clear from the foregoing that as both an enlightened and eclectic teacher, you think in terms of a number of possible methodological options at your disposal for tailoring classes to particular contexts." (Idem, p.42) (grifo meu)

Tradução?
"Uma abordagem à metodologia do ensino de línguas é uma compreensão global, teoricamente bem informada do processo de ensino e aprendizagem." (grifo meu)

"Deve ficar claro mediante o exposto que um(a) professor(a) com boa formação e ecletismo pensa em termos de uma variedade de possíveis opções metodológicas à sua disposição para elaborar aulas para contextos específicos." (grifo meu)

Ah, professor! Então quer dizer que nenhum curso aqui presta!?

Não. Eu não disse isso. Minha intenção é alertá-l@s para escolas (empresas) que investem demais em publicidade com promessas exageradas (afinal, quem você acha que vai pagar este investimento, hem?).

Procure o que tem sua qualidade certificada pela tradição, pela opinião pública e pelos resultados que você observar.

Agora, o que vou escrever em seguida vai parecer uma contradição, mas não é.

Todo o material que vocês tiverem e qualquer curso que vocês puderem pagar poderão lhe ajudar a aprender o idioma, mais lenta ou mais rapidamente. Quanto a isto, vai um conselho: não sejam imediatistas... O que é realmente bom não vem fácil e rápido como muitos prometem, OK?

Lembrem-se! O aprendizado é um processo SEU! E somente SEU!

Daniel.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Como aprendi inglês.


As pessoas estão sempre me perguntando como aprendi inglês ou qual é o melhor método para se aprender uma língua. Foi esse questionamento que me levou, por várias vezes, a refletir sobre o tema. Tirei várias conclusões próprias; outras adquiri com pesquisa, até que cheguei ao que vou descrever neste artigo.

Começarei pelos fatos em si. Então: “Senta, que lá vem história...”

(Pessoal, este breve relato tem o único objetivo de conscientizá-los de que não existe “situação favorável” quando se quer alcançar algo. Existe, sim, força de vontade. Eu poderia usar histórias de outras pessoas que conheço, mas, claro, conheço melhor a minha.)

Era março de 2004 e eu estava exultante por chegar à Universidade, tendo logrado o 1º lugar do vestibular de Letras 2004.1 da URCA. Cabeça raspada cheia de idealismos, caderno novo no sovaco e uma fome voraz de saber.

Minha educação básica foi precária: ensino fundamental em escolas municipais, interrompido várias vezes, e ensino médio “Telecurso 2000” – uma verdadeira fábrica de diplomas. Logo a faculdade também me decepcionou (estava faltando, inclusive, professor de inglês), com exceção de alguns mestres aos quais devo todo o respeito e admiração.

Mulher e filho para criar com um salário mínimo. Casa, trabalho e facu: cada um numa cidade distinta. Desta forma, eu saía de casa às 6h30 e só chegava às 23h00. Boia fria no fogão e as famigeradas xérox de material de estudo na mesa. Só me encontrava com o travesseiro depois das 2h00. E o ciclo se repetia. Amig@, o que não @ mata, torna-@ mais forte.

Foi naquela faculdade que conheci Marcos: estranho, arredio e, ao mesmo tempo, excêntrico. Mas, o mais interessante: lendo um conto em inglês num intervalo entre aulas. De todos, este último detalhe foi o que mais me aproximou dele. Cheguei como quem não queria nada e perguntei (pergunta idiota) – Você sabe ler em inglês?!Sim, foi a resposta. – E onde consegue os livros?, retornei. – Na biblioteca daqui, tem uma série inteira de adaptações de obras famosas. Pronto! Estava iniciado o maior projeto de minha vida até então. Marcos, logo que percebeu o interesse, prontificou-se a me ajudar a aprender o idioma. Ele era fluente. Tinha muito a oferecer.

O método, pessoal, foi muito rudimentar e, claro, sem nenhuma “metodologia”. Aconteceu de forma intuitiva e, em 10 meses (janeiro de 2005), eu estava me tornando Professor de Inglês.

Marcos me emprestou uma gramática (Gramática Prática da Língua Inglesa: o inglês descomplicado, de Nelson Torres, Ed. Saraiva, qualquer edição serve), a qual devorei, inclusive resolvendo todos os exercícios e corrigindo-os com o gabarito que há no fim do livro. Emprestou-me também alguns exemplares da revista Speak Up – trata-se de uma revista mensal de variedades, totalmente escrita em inglês, com glossários em cada página e com um CD de áudio para você aprender a pronúncia. Além disso, ganhei, não lembro de quem, um minidicionário inglês-português/português-inglês – usei-o tanto que ele nem mais existe (risos). O que eu fazia com esses 4 materiais didáticos (gramática, revista, dicionário e Marcos)?

1.       Estudava muita gramática, mas não de forma automática, e sim compreendendo e contextualizando os exemplos e as frases dos exercícios. Aqui, gente, usei uma coisa que sempre tive bem desenvolvida, desde criança, mas que tod@s temos e podemos desenvolver também: A CRIATIVIDADE.

2.       Na revista, ouvia e lia os artigos várias vezes, chegava a decorar passagens e até a voz e sotaque d@s speakers! Fazia isso de várias formas: ouvia sem ler, ouvia lendo, ouvia com pausas, ouvia com pausas para repetir, lia em voz alta, tentava recitar o texto sem ver... “existem 1.001 maneiras de se praticar um idioma: invente uma!” Pessoal, a fluência e a boa pronúncia vêm com a capacidade de repetição (paciência mesmo). Um certo pesquisador famoso disse que “uma palavra ou expressão deve ser ouvida, pelo menos, 30 vezes antes de ser memorizada para sempre”.

3.       Eu lia dicionário... Devo confessar, por mais insano que isso pareça. Afinal, dicionários foram feitos para consulta, não para leitura, certo? Sim e não. Eu não lia linearmente, – como um aluno meu uma vez me disse que estava lendo o dicionário. Quando perguntei o que havia aprendido naquele dia, ele disse que já estava na letra “C”! – eu lia por “campo semântico” ou por “relações semânticas” quaisquer. Como assim? Bem, eu abria o dicionário na palavra crib (berço), aí depois eu queria aprender fralda (diaper), depois, chupeta (dummy), depois, expressões, como trocar a fralda, dar a chupeta, e, o mais importante, ia mentalizando exemplos com essas palavras e expressões em contexto reais. Pessoal, as palavras sem contexto não servem de nada. São como uma célula fora do organismo: ela morre!

4.       Esse era o meu estágio favorito. Ia para a faculdade à noite e encontrava Marcos, sempre disposto a conversar em inglês comigo, aguentando meus erros crassos e corrigindo com moderação. Eu não me deixava inibir, nem pelas dificuldades, nem pelos “colegas” que nos esnobavam por acharem que estávamos nos “exibindo” nos corredores. Quer ser feliz? Faça uma coisa ridícula todos os dias. (Não lembro @ autor/a.)

Viram? Não existe uma fórmula mágica. Mas nos próximos artigos pretendo continuar a falando sobre como aprender ou aperfeiçoar um idioma.

Até mais.

Prof. Daniel Araújo
Specialist in ELT

19/1/2012 21:17:30

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Dicas para aprender um idioma.

Recebi essas dicas alguns meses atrás. Achei-as interessantes, fiz algumas modificações e acréscimos e, desde então, gosto de compartilhar com alun@s:

01.  Ouça atentamente a pronúncia do professor e pergunte quando necessário;

02.  Repita mentalmente a pronúncia ouvida;

03.  Procure relacionar os nomes dos objetos aprendidos com as figuras do texto;

04.  Releia o texto em voz alta, tentando relacionar a pronúncia e a escrita. Dica: Você pode gravar sua leitura para depois ouvi-la e corrigir possíveis falhas, inclusive, com ajuda de alguém;

05.  Reveja os exercícios dados em aula antes de fazer os de casa;

06.  Faça conscientemente os deveres de casa aproveitando-os para fazer a fixação;

07.  Anote as dúvidas para esclarecê-las com o professor ou com colegas;

08.  Memorize diariamente um certo número de palavras;

09.  Forme frases com as palavras estudadas;

10.  Tente pensar e raciocinar dentro da estrutura da língua que você está aprendendo;

11.  Mantenha diálogo com alguém que conhece bem a língua inglesa, sempre que tiver ocasião para isso;

12.  Leia as instruções dos exercícios e das provas com muita atenção;

13.  Responda com calma, procurando escrever corretamente;

14.  Faça uma revisão da avaliação antes de entregá-la;

15.  Assista filmes com e sem legenda para praticar o listening;

16.  Ouça músicas, aprenda-as, cante-as sempre que puder;

17.  Respeite a fala e saiba ouvir o colega.

18.   Use o dicionário (principalmente na ausência do professor): ele é uma ferramenta fundamental!

Edited by Daniel Araújo
(Specialist in English Language Teaching)

6/4/2011 2:40:07 AM

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Inaugurando meu blog.

Olá, Pessoal.

Quem lhes escreve é o Professor Daniel Araújo. 
Para os que não me conhecem, cabe uma breve apresentação: sou graduado em Letras e tenho Especialização em Ensino da Língua Inglesa, ambas pela Universidade Regional do Cariri - URCA. Atuo como professor há 7 anos, durante os quais lecionei no Ensino Fundamental, Médio e Superior - inclusive na pós-graduação - além dos cursos livres, nos níveis básico ao avançado. Enfim, já quase que esgotei minhas possibilidades como professor.

Atualmente, sou professor efetivo do Instituto Federal do Sertão Pernambucano e publico aulas escritas de português no site http://www.olaamigos.com.br/, do Prof. Sérgio Carvalho.

Em suma, sou apaixonado pelos idiomas (principalmente português, inglês, espanhol e francês) e este blog nasce como um espaço onde eu possa ensinar e aprender mais sobre as línguas de Camões, Shakespeare, Cervantes e la Fontaine e até mesmo outros conhecimentos relevantes.

Um abraço a tod@s.